Dos caminhos da mata até a Cachoeira da Tiririca

Murici é uma pequena cidade localizada a cerca de 55km da capital Maceió. Agraciada por guardar um santuário ecológico com fauna e flora da Mata Atlântica que possui uma das mais belas cachoeiras do estado: a Cachoeira da Tiririca. 

Vista da Cachoeira da Tiririca. Foto: Ramon Santos.

Curiosas em conhecer a famosa Cachoeira fazia tempo, fomos num dia de sábado para essa pequena aventura. Não foi difícil chegar ao local, cerca de 2km depois da principal entrada de Murici há uma placa que sinaliza a cachoeira do lado direito da pista (sentido Recife) e dai em diante seguimos o caminho por uma estrada de barro. O percurso dura em torno de 20min e passa por um povoado com algumas casas e fazendas afastadas uma das outras. 

Existe sinalização ao longo do caminho então quem não estiver com GPS não precisa se preocupar. O destino fica na fazenda Boa Sorte que é uma espécie de santuário ecológico o qual abriga fauna e flora da Mata Atlântica. 

Vegetação de Mata Atlântica ao longo da trilha. Foto: Virna da Hora.

Plantações de bananeiras em alguns pontos da Mata. Foto: Virna da Hora.

A fazenda boa sorte tem mais de 25 anos de história e recebe visitantes ao longo de todo o ano, estando aberta inclusive aos finais de semana e feriados. Sua área verde possui cerca de 200ha, sendo 40 desses destinados ao turismo, o que a torna uma reserva particular do patrimônio natural. Nela há guias sempre disponíveis e boa parte deles fazem mais de três viagens de ida e volta por dia. 

Por ser uma reserva particular é cobrada uma taxa de 25 reais que é paga na entrada e assinado um termo de responsabilidade, o qual o visitante é responsável por si caso venha a sofrer algum acidente. Mas não há motivo para preocupação pois basta andar com atenção que tudo dá certo!

Com tudo certo demos início a trilha de 2,5km que leva a cachoeira. Nós não achamos a trilha perigosa mas é importante ter atenção pois alguns trechos são escorregadios e as vezes aparecem rochas que são um pouco chatas de subir. Mas como há muitas árvores e cipós sempre dá para usá-los como apoio. Por esse fato não aconselho a trilha aquelas pessoas que tem dificuldade locomoção. Foi cerca de uma hora até chegarmos ao nosso destino final, já mais próximo da cachoeira o caminho usual estava bloqueado por uma árvore caída devido as fortes chuvas que ocorreram na semana, então escolhemos subir nas rochas para cortar caminho. O que foi um pouquinho difícil por que por serem altas é bom ter muito cuidado para não escorregar. 

O caminho foi longo mas a vista valeu a pena! A cachoeira é bem linda e boa para o banho além de ter uma vista maravilhosa da mata abaixo. A parte boa de ter o acesso longo e trabalhoso é que a cachoeira quase sempre está com pouquíssimas pessoas ou ninguém, o que é ótimo para aqueles que adoram fotos e mais sossego. 

Vista da cachoeira. Foto: Virna da Hora.
Banho principal da Cachoeira. Foto: Virna da Hora.

São várias nascentes que se juntam desde o município de União dos palmares e formam o volume de água que dá origem a cachoeira. Esta desagua no Rio Mundaú e passa por vários afluentes, sendo o Rio Branca um dos principais. 

Mari aproveitando a paz da cachoeira vazia. Foto: Ramon Santos.
Posando pra foto. Foto: Ramon Santos.

Após algumas horas curtindo a cachoeira pegamos a mesma trilha para voltar a fazenda. Por ser quase 2h de ida e volta é legal ir logo cedo para curtir bastante e voltar antes do entardecer, aconselho ir com roupas de academia, tênis e roupa de banho por baixo e levar uma mochila confortável para colocar água e lanches já que é um passeio longo. 

Pequenas lagoas no caminho de volta. Foto: Virna da Hora
Por do Sol e calmaria. Foto: Virna da Hora
Cavalos soltos pastando na região. Foto: Virna da Hora

Para quem deseja passar o dia ou dormir a fazenda também conta com uma pousada, possuindo 44 leitos e oferece atividades de lazer como piscina, cavalgada, pesca, tirolesa e rapel (este, quando aparece algum grupo com o equipamento), além do almoço ao estilo prato feito que custa R$30. Nós optamos apenas pelo passeio da cachoeira que acredito ser a melhor opção, apesar de ser um local muito bonito achei que as áreas comuns de lazer mereciam uma melhor manutenção, principalmente na parte do banheiro e piscina. Acredito também que o almoço só valha a pena caso você não tenha se preparado e levado nada, pois a não ser que você vá muito cedo quase sempre acaba retornando perto do final da tarde. 

Paisagem bucólica da região. Foto: Virna da Hora

Curiosidade: Muita gente se pergunta a origem do nome Tiririca, de acordo com o proprietário da fazenda, Antônio Nestor, esse nome foi dado pelo repórter do SBT Eliasar Rasta há mais de 25 anos, ao ver que no topo da cachoeira havia grande quantidade de uma gramínea conhecida como tiririca navalheira por ter folhas afiadas o suficiente para cortar a pele. 

Outra curiosidade bacana é que devido a diversidade da fauna do local, a qual possui varias espécies de aves inclusive algumas ameaçadas de extinção, ornitólogos de várias partes do mundo praticam o turismo pesquisa-observação.

Dicas:

  • Bom para adolescentes e adultos.
  • Não acessível para deficientes ou pessoas com problemas de locomoção.
  • Fácil acesso a Fazenda Boa Sorte.

Informações:

Endereço: Fazenda Boa Sorte, Murici/AL.
Funcionamento: Todos os dias, porém é bom ligar para agendar o horário e saber do acesso em épocas de chuva.
Contatos: (82) 9644 4261 e (82) 98180 4317, Instagram: @cachoeiradatiririca, Facebook: fazenda.bs

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